Tramita na Assembleia Legislativa um projeto de lei para instituir oficialmente a Rota Turística Caminhos de Santa Paulina, que liga Nova Trento a Camboriú pela área rural.
A inspiração
A ideia da criação da rota vem de anos e se baseou em uma descoberta histórica. Ela partiu do historiador Isaque de Borba Corrêa, quando ele descobriu uma ata do ano de 1899 com o registro da vinda de religiosos e de uma banda musical, de Nova Trento, para uma festa em Camboriú. Entre eles estava a Madre Paulina ainda jovem.
Conforme a Ata de 1899, a romaria de Nova Trento foi de grandes dificuldades até chegar a Camboriú. As estradas eram de péssimas condições e para piorar houve uma tempestade no Morro do Campo Novo, conhecido atualmente como Morro dos Caetés. O carro de boi com os instrumentos da banda virou e os religiosos chegaram enlameados e tiveram que usar roupas emprestadas.
A criação da Rota
Em 2016, Isaque e o consultor de turismo, Marcos Vinicios Pagelkopf, iniciaram pesquisas para formatação do roteiro que uniria as duas cidades de forte tradição religiosa.
A rota do circuito tem a saída oficial da casa paroquial no centro de Camboriú, passando pela região rural das cidades de Tijucas, Canelinha, São João Batista e Nova Trento.
Balneário Camboriú foi incluída no roteiro como uma espécie de ponto de apoio e referência, pelo potencial de hospedagem.
“Balneário Camboriú entra no circuito, pois a praia fazia parte de Camboriú e hoje é a Capital do Turismo e a cidade com o maior poder de receptividade de turistas estando a minutos do ponto de partida, então é obrigatório estar na rota oficial, outro ponto é que a primeira igreja era na Barra e depois foi para Camboriú”, lembra Marcos.
O consultor explica que o percurso é autoguiado. Há 32 placas de Camboriú até Nova Trento. Elas foram doadas pela prefeitura de Nova Trento, com apoio do Santuário da Madre Paulina.
Colhendo frutos
O turismo rural também vem se fortalecendo e até a comunidade do interior está a cada dia mais receptiva, criando alternativas de parada.
Segundo Marcos já são duas pousadas no Caminho e três propriedades rurais que atendem com acolhida, restaurante, sítio e uma fazenda. Há até propriedades na lista para serem analisadas e incluídas na rota.
O percurso, de 62 Km, é ideal para ser percorrido pelos peregrinos em dois dias, mas há peregrinos experientes que conseguem completá-lo em até 15 horas.
“Em toda Santa Catarina o turismo em ambiente rural está se fortalecendo. A grande vantagem além das belas paisagem e da receptividade calorosa dos moradores é que os agricultores por natureza tem a sensibilidade de saber que o turismo é semelhante a uma safra e uma colheita, tem que adubar, preparar a terra, semear, ter certos cuidados e investimentos, contar com a sorte para uma ótima colheita e ter o clima como um dos aliados, isso está contribuindo ao desenvolvimento do turismo rural e ecológico em Santa Catarina e na nossa região”, comenta Marcos.
Hoje o Caminho de Santa Paulina tem o apoio dos municípios envolvidos e do Santuário e está sendo reconhecido pelo governo estadual como mais um roteiro oficial turístico em Santa Catarina.
O projeto de lei que institui a rota é de autoria do deputado Milton Hobus, e pode fortalecer a iniciativa. Ela está em tramitação nas comissões da Assembleia Legislativa.
Contato para caminhadas pelo e-mail [email protected] ou pelo Whatsaap (47) 99274-7660.
Fonte: Página3